05 de novembro, 2024

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2023 registra recorde de 75,9 milhões de pessoas deslocadas por desastres no mundo; Brasil lidera lista nas Américas

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A calamidade que assola o Rio Grande do Sul em função das fortes chuvas já desalojou mais de meio milhão de pessoas. O triste saldo engrossa uma estatística que tem crescido nos últimos anos: o de deslocados por desastres naturais, cada vez mais associados aos eventos climáticos extremos, provocados pela ação humana no Planeta.

Segundo um novo balanço da ONU, globalmente, um número recorde de 75,9 milhões de pessoas estavam vivendo em situação de deslocamento interno até o final de 2023. Quase 47 milhões de novos deslocamentos internos, ou movimentos, foram registrados ano passado. O balanço leva em conta deslocamentos provocados por calamidades naturais, como enchentes e fortes secas, e conflitos nos países.

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Entre os fenômenos de maior expressão, o relatório destaca o ciclone Freddy no sudeste da África, terremotos na Turquia e na Síria e o ciclone Mocha no Oceano Índico, que juntos provocaram 26,4 milhões de deslocamentos, representando 56% do total de novos deslocamentos internos.

A eles se somaram 20,5 milhões de deslocamentos causados por conflitos e violência. O Sudão, mergulhado em uma guerra civil, respondeu por quase 30%, enquanto a Faixa de Gaza foi responsável por 17% nos últimos três meses do ano, de acordo com a ONU.

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Para o diretor geral adjunto da Organização Internacional para as Migrações, OIM, Ugochi Daniels, o relatório é um lembrete da “necessidade urgente de expandir a redução do risco de desastres, apoiar a construção da paz, garantir a proteção dos direitos humanos e, sempre que possível, evitar o deslocamento antes que ele aconteça.”

Brasil lidera nas Américas

Considerando apenas os deslocamentos ligados a desastres naturais, o Brasil lidera nas Américas, com 745 mil pessoas afetadas, mais de um terço dos deslocamentos na região, de acordo com o relatório do Centro de Monitoramento de Deslocamento Interno.

Segundo a ONU, em 2023 o Brasil teve 12 eventos climáticos extremos. As condições de La Niña no primeiro trimestre do ano causaram uma estação chuvosa intensa em março nos estados do Norte, como Acre, Amazonas e Pará, e no estado nordestino do Maranhão, resultando em um total combinado de 116 mil deslocamentos. A onda de calor que atingiu a Amazônia em julho 2023 foi considerada sem precedentes e contribuiu para uma das piores secas já registradas, e mais deslocamentos.

Outros 16 mil brasileiros foram deslocados por conflitos em 2023. No entanto, esses dados só estão disponíveis desde 2021, o que limita a análise mais aprofundada das tendências.

Fonte: Um Só Planeta

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